Na segunda feira, 18 de setembro, a sessão de cinema do Projeto Luz & Sombras exibe o filme “Belinda- A Escrava do Silêncio” que conta a estória de uma jovem solitária jovem surda-muda que vê sua vida mudar com a chegada de um médico ao vilarejo onde mora. A exibição do filme presta uma homenagem ao “Dia Nacional de Luta de Pessoa com Deficiência” com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. A exibição acontecerá no Auditório da Rádio Cultura de Amparo, na Praça Pádua Salles – Centro, a partir das 19h30.
Sinopse
Na região costeira da Nova Escócia - Canadá, Belinda (Wyman) é uma surda-muda que é tratada como deficiente mental pelo próprio pai, Black (Bickford), e ridicularizada por todos da pequena vila de pescadores até a chegada do médico Robert Richardson (Ayres), que descobre uma capacidade enorme não desenvolvida em Belinda devido a vida precária que leva. Ainda que inicialmente céticos quanto aos progressos de Belinda, Black e sua irmã Aggie (Moorehead), observam o desenvolvimento de Belinda com a ajuda de Robert.
“Belinda” é uma obra prima notável e esquecida. Trata-se de um melodrama extraordinariamente atmosférico com performances dominantes.
Jane Wyman chama mais atenção. Ela que nos primeiros dez anos de sua carreira cinematográfica, ainda no cinema mudo interpretou papéis onde não era protagonista principal provou neste filme que era muito competente e se assemelha muito com Mary Pickford ou Gloria Swanson duas divas do cinema mudo.
Wyman é um dos retratos mais comoventes interpretando Belinda e ela consegue se expressar apenas com os olhos toda a sua emoção. Graças a Wyman, vemos um raro vislumbre de uma alma delicada e muito amorosa. Ela teve que aprender a língua de sinais para seu papel como a surda muda.
Este filme foi uma vitrine para Jane Wyman, que se tornou a principal estrela feminina da Warner Bros após seu lançamento. Por ocasião da produção do filme Wyman contava com 31 anos e parece uma adolescente. Ela e o filme são inesquecíveis.
Elenco Fabuloso
Jane Wyman e Lew Ayers foram ótimos interpretando personagens cativantes fáceis de se envolver e torcer por eles. O desempenho extremamente caloroso de Ayers como o médico que realmente se importa com essa mulher é notável. Ele interpreta um homem muito decente e faz isso com muita dignidade.
Lew Ayres foi o Dr. Kildare na versão cinematográfica da MGM e na série de TV (1963-1966) com Richard Chamberlain como o Dr. Kildare ele se tornou o Dr. Gillespie. Charles Bickford também tem um desempenho excelente como pai de Belinda e idem para a sempre divertida Agnes Moorhead, interpretando a irmã de Belinda. Também não podemos deixar de fora os "vilões": Stephen McNally, que realmente fez o seu papel com muita competência e sua noiva relutante Jan Sterling, uma atriz que foi subestimada da era clássica do cinema.
12 indicações ao Oscar
O filme foi indicado a doze Oscars. Isso é uma coisa fantástica para qualquer filme. Infelizmente, só foi premiado com o Oscar de Melhor Atriz. A atriz Jayne Wyman recebeu o Oscar em 1949, um prêmio digno para ela, cuja convincente interpretação da personagem Belinda sem pronunciar um único som foi classificado como um dos melhores feitos já capturados nas telas do Cinema. Ainda receberam indicações ao Oscar em 1949, Lew Ayres (Melhor Ator); Charles Bickford e Agnes Moorehead na categoria coadjuvantes. Max Steiner recebeu uma indicação ao Oscar por sua trilha sonora, uma das 10 que forneceu para o cinema em 1948. Outros filmes notáveis daquele ano marcante que se beneficiaram de sua contribuição incluem dois para John Huston “O Tesouro da Sierra Madre” (1947) e “Paixões em Fúria” (1948). Embora “Belinda” tenha ganhado o Oscar de melhor atriz, perdeu em todas as outras 11 categorias em que foi indicado.
Um Cineasta Elegante e Brilhante
Jean Negulesco foi um cineasta elegante e brilhante que fez filmes notórios com propensão para Musical, Comédia e Drama. Ele nasceu em Craiova, Romênia, no ano de 1900 e faleceu na cidade de Marbella no ano de 1993. Depois de estudar pintura em Paris, Jean Negulesco estabeleceu-se em Hollywood em 1927 e começou no cinema como assistente de produção e roteirista.
Em 1941 iniciou uma prolífica carreira como diretor, dirigindo seu primeiro curta-metragem, e um ano depois rodou seu primeiro longa-metragem para a Warner Bros “A Mulher Fatídica” com Brenda Marshall, David Bruce e Virginia Field. Cineasta altamente versátil cultivou praticamente todos os gêneros, do cinema-catástrofe como “O Naufrágio do Titanic” (1953) e na comédia “Como Casar com um Milionário” (1953), no romance “Acreditamos no Amor” (1954) entre outros. Ele foi chamado de “o primeiro verdadeiro mestre do Cinemascope”.
E com a direção fantástica de Jean Negulesco, que realmente parecia ter seu coração e alma envolvida; “Belinda” contém uma cinematografia atmosférica e evocativa em preto e branco. E com a trilha sonora elegante e sensata do grande compositor Max Steiner, temos uma mistura coesa de sentimento sincero, romance, drama e suspense.
Ficha técnica
Belinda – A Escrava do Silêncio
Elenco: Jane Wyman, Lew Ayres, Charles Bickford, Agnes Moorehead, Stephen McNally, Jan Sterling, Rosalind Ivan e Dan Seymour.
Roteiro: adaptado por Irma Von Cube e Allen Vincent, baseado na peça de teatro de Elmer Harris.
Música: Max Steiner. Fotografia: Ted D. McCord. Montagem de David Weisbart.
Cenografia: William Wallace. Figurinos: Milo Anderson.
Direção: Jean Negulesco.
Uma produção da Warner Bros de 1948. Original em preto e branco.
Gênero: Drama.
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