Inauguração da Ladeira das Artes foi cancelada

A inauguração da Ladeira das Artes, resultado da revitalização da Ladeira João Aredes de Carvalho, localizada no centro de Amparo, que deveria ter ocorrido ontem, quinta-feira, 5 de maio, foi cancelada. O evento contaria com apresentações do Coral João Belarmino, da Academia de Dança “Ponto de Dança”, dos musicistas Mário Moraes e Joel Adriano e Edson Pompeu. Segundo os idealizadores da revitalização, o motivo do adiamento seria uma incompatibilidade de agenda envolvendo os organizadores do evento, patrocinadores e a Prefeitura de Amparo. A informação é que, na data da inauguração, as autoridades do município, entre eles o próprio prefeito Carlos Alberto Martins (MDB), haviam agendado outros eventos e não poderiam comparecer à inauguração.

A proposta para a realização da obra teve início há três anos e a apresentação da revitalização estava sendo aguardada com muita expectativa pelos idealizadores e participantes do projeto.

A obra foi viabilizada por meio da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo, pela Lei de Incentivo à Cultura, e tem patrocínio da empresa Rousselot e Colágenos Peptan®. Todo o recurso utilizado na obra foi obtido através de captação de recursos previsto na Lei de Incentivo à Cultura.

Com produção da Renovarte, em parceria com a Mogiana Produções, a Ladeira das Artes é ornamentada com azulejos de cerâmica feitos por artistas locais participantes das oficinas do projeto Arte da Terra – Oficina de Cerâmica, patrocinado e produzido pelas mesmas empresas.

Pinturas em grafite estão inseridas no muro direito da ladeira homenageando os belíssimos edifícios já demolidos da cidade, como o Teatro João Caetano e o antigo palacete de José Feliciano de Camargo Júnior, além de artistas que nasceram ou viveram nesse mesmo local, como o próprio João Aredes de Carvalho, professor e escritor que dá nome à ladeira, e Cleo de Verberena, a primeira mulher cineasta a escrever e dirigir um filme de longa-metragem no Brasil.

Já no muro esquerdo, estão presentes grafites representando, de forma mais abstrata, elementos da paisagem da cidade e o carnaval amparense, através de caricaturas e personagens do bloco Bróco-lhes, importante grupo carnavalesco do Largo da Santa Cruz.

O que diz a Prefeitura

A Tribuna procurou o prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins (MDB), para falar sobre o assunto. O prefeito confirmou que a obra foi realizada através da Lei de Incentivo à Cultura e foi paga pela iniciativa privada, que terá isenção de impostos, o que, segundo o prefeito, não deixa de ser dinheiro público, neste caso dinheiro do governo federal. Disse o prefeito que a obra foi realizada num espaço público municipal, tendo, portanto, a participação do município, que autorizou a sua realização e deu as licenças necessárias.

O prefeito lembrou que, quando uma obra é feita numa área pública, a Prefeitura precisa autorizar o “aceite”, dado pelos técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano antes da inauguração. Disse Carlos Alberto que, “de forma totalmente equivocada, foi marcada a inauguração do escadão atropelando alguns dos procedimentos que são necessários e são formais” – no caso, o “aceite” da obra. “Se a Prefeitura não dá o aceite, não há como inaugurar”, completou o chefe do Executivo amparense, lembrando que a vistoria final da obra deveria ocorrer ontem, 5 de maio.

O prefeito também confirmou que havia também uma incompatibilidade de agenda para o dia 5. “Qualquer inauguração em espaço público tem que ser feita em consonância com o cerimonial da Prefeitura, e essa coisas não aconteceram. Ficamos sabendo da inauguração, que havia sido marcada, através da imprensa”, disse o prefeito.

O prefeito completou ainda que não tem nada contra a empresa que patrocinou a obra e contra os idealizadores do projeto e fez elogios à iniciativa. Concluiu o prefeito que, caso não haja interesse dos participantes do projeto e até da empresa patrocinadora de, futuramente, fazer a inauguração, a Prefeitura de Amparo vai marcar e promover o evento.