Por: A Tribuna
16/05/2023
16:05

Na segunda feira, 22 de maio, a sessão de Cinema do Projeto Luz & Sombras exibe mais um clássico do cinema “Charada” com Cary Grant e Audrey Hepburn reunidos em uma mistura de mistério e suspense com influências de Hitchcock e toques de filme noir com uma trilha sonora onde Henry Mancini deu um acompanhamento musical de primeira à ação. A exibição acontecerá no Auditório da Rádio Cultura FM, Praça Pádua Salles – Centro. A partir das 19h30

Sinopse

Em Paris, Regina Lambert está prestes a se divorciar de seu marido quando descobre que ele foi misteriosamente assassinado durante uma viagem de trem, logo após ter sacado todo o dinheiro do casal. Ela conhece um estranho homem, Peter Joshua (Cary Grant) que está interessado no dinheiro de seu marido, e que aparenta ter sido roubado pelo marido. Seus parceiros de crime também estão muito interessados em saber do paradeiro da grana, já que eles também foram roubados pelo marido da bela mulher. Eles acham que ela sabe onde o dinheiro está escondido e a situação começa a ficar cada vez mais tensa à medida que os membros desse grupo vão um a um aparentemente sendo assassinados.

Suspense e comédia romântica

“Charada” é um dos melhores roteiros de comédia romântica/thriller já feito e tem um dos melhores diretores de Hollywood dos anos 50 e 60 (Stanley Donen), a atriz mais elegante de todos os tempos (Audrey Hepburn) e o ator mais elegante do cinema (Cary Grant).

O roteiro de Peter Stone, adaptado da história que ele co-escreveu, é uma maravilha. Ele conseguiu harmonizar segredos múltiplos, conflitantes e contínuos. Algumas partes da verdade são reveladas ou escondidas dos personagens; outros, de ou para o público. O tempo todo há réplicas espirituosas no rico diálogo, e os personagens foram traçados com personalidade, profundidade e complexidade impulsionando o enredo com desenvoltura, ao mesmo tempo em que dá ao elenco muito espaço para desempenhar seus papéis com um espírito vibrante e gratificante. E a narrativa é uma explosão absoluta de suspense.

Stanley Donen dirigiu cada sequência com muita habilidade e maestria e provou ser um excelente cineasta. Neste filme ele mesclou suspense e comédia romântica da melhor maneira possível. A escalação de Gary Grant como ator principal foi simplesmente perfeita e a química entre Hepburn e Grant é simplesmente imbatível. Com cenas bem eletrizantes as semelhanças com os filmes de Hitchcock são numerosas demais. O diretor transformou o filme em uma comédia/romance/mistério num tom espirituoso e afetuoso.

Um elenco fantástico

O filme é realmente engraçado com as duas maiores estrelas para iluminar a tela e tem um elenco fantástico de coadjuvantes. Todos abraçando seus papéis com uma energia fabulosa. Qualquer que seja o tom que o filme adote de uma cena para outra, suas atuações são notavelmente hábeis, mudando à vontade com as exigências do roteiro. Audrey Hepburn, Cary Grant, Walter Mathau, James Coburn, George Kennedy e Ned Glass oferecem exibições de atuação repletas de intensidade, paixão e entusiasmo, combinando perfeitamente com humor, tensão, emoções, suspense, intriga ou encantamento. Capturados em uma tomada sozinhos ou compartilhando o tempo na tela com um ou mais dos outros, todos os envolvidos ilustram inquestionavelmente suas habilidades e renome merecido, e é um prazer enorme vê-los trabalhando. E o ator francês Jacques Marin vive a performance de um Inspetor de Polícia que tem uma semelhança passageira com o detetive belga da escritora Agatha Christie, Hercule Poirot.

A fotografia de Charles Lang é especialmente perceptível. Ele foi diretor de fotografia em cerca de 150 filmes norte- americanos entre 1926 e 1973. E trabalhou principalmente com os diretores Frank Borzage (por exemplo, em “Adeus ás Armas” (Farewell to Arms em 1932) com Gary Cooper, Helen Hayes ), George Cukor ,por exemplo. Durante sua carreira, ele ganhou 18 indicações ao Oscar de melhor fotografia, incluindo uma vitória em 1934 por “Adeus ás Armas”. Em 1991 recebeu um prêmio especial  pelo conjunto da obra do American Society of Cinematographers.Ele faleceu no dia 3 de abril de 1998, Santa Mônica, Califórnia, EUA.

A trilha sonora estilosa de Henry Mancini aumenta imensamente tanto a diversão quanto a tensão. Ele foi um compositor, pianista e arranjador americano. Dono de um apuro estético muito sofisticado no arranjo de suas músicas e tendo sido um melodista excepcional. Ele é sempre lembrado como sendo um dos mais conhecidos compositores de trilhas sonoras para a televisão e o cinema. As trilhas sonoras pelas quais Henry Mancini é mais conhecido incluem “Moon River”, a canção tema do filme de 1961 dirigido por Blake Edwards “Bonequinha de Luxo” e os temas dos filmes “A Pantera Cor-de-Rosa” (direção de Blake Edwards), ”Os Girassóis da Rússia” em 1970 com a direção de Vittorio de Sica; bem como o tema do famoso “Pássaros Feridos”, minissérie de 1983, exibida no Brasil pelo SBT em 1985; entre tantas outras.

Sempre ágil Stanley Donen neste filme deu um toque de Hitckock com muita maestria. Ele nasceu em Columbia, Carolina do Sul no dia 13 de Abril de 1924 e morreu aos 21 de fevereiro de 2019. Foi um diretor de cinema e coreógrafo norte-americano, considerado o "rei dos musicais americanos". O seu filme mais famoso é “Cantando na Chuva” que realizou com Gene Kelly em 1952. Devido ao suspense, a presença de Cary Grant, a estrutura do roteiro e as frequentes reviravoltas na trama, muitas pessoas acreditam que este foi um filme de Sir Alfred Hitchcock. E Hitchcock não esteve envolvido na produção do filme. Essa confusão levou os fãs do filme a chamá-lo de "o melhor filme de Hitchcock que Hitchcock nunca fez".

Audrey era a atriz favorita de Kennedy

Audrey Hepburn era bem mais velha do que outras atrizes que já haviam interpretado o interesse amoroso de Cary Grant na década de 1950, tais como; Sophia Loren, Grace Kelly, Jayne Mansfield. Na época das filmagens surgiram boatos de que Grant estava namorando Hepburn, isto foi mera especulação. Hepburn estava na casa dos 30 anos e já estava casada. Durante a cena onde ela dança com Grant numa boate, o marido de Audrey Hepburn, Mel Ferrer pode ser visto brevemente ao fundo, fumando um cigarro.

Audrey Hepburn era a atriz favorita do presidente John F. Kennedy. O filme “Charada” foi exibido para ele na sala de cinema da Casa Branca em setembro de 1963. Este filme foi Incluído em 2002 entre os 100 melhores filmes e em 2022, foi selecionado para preservação no National Film Registry pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo" para a história do Cinema.

 

Charada

Elenco: Cary Grant, Audrey Hepburn,Walter Matthau,James Coburn, George Kennedy, Dominique Minot, Ned Glass e Jacques Marin.

Roteiro escrito por: Peter Stone.

Trilha Sonora: Henry Mancini

Fotografia: Charles Lang.  Figurino: Hubert De Givenchy

Produzido e dirigido por: Stanley Donen

Uma produção de 1962 da Universal Pictures

Gênero: Comédia romântica e suspense.


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