18 de julho: 104 anos de nascimento de Georges Henry

Neste dia 18 de julho de 2023, se estivesse fisicamente entre nós, o saudoso maestro Georges Henry estaria completando 104 anos de vida.

Georges Julien René Philippe Henry nasceu em Paris (França), em 18 de julho de 1919, filho do casal Germaine e Julien Henry. Foi casado, durante dez anos, com a senhora Amanda, sua primeira esposa (com quem não teve filhos), que era argentina. Casou-se em segundas núpcias com sua ex-professora de piano, a senhora Denise Renée Marcelle Henry (falecida, aos 93 anos, em 26 de janeiro de 2017); o casal teve três filhos: Catherine, Philippe e Jean Michel.

Foi músico trompetista de famosas bandas cubanas e francesas, bem como produtor e regente de orquestra em concorridos programas televisivos (na extinta TV Tupi). Após a morte de Assis Chateaubriand, Georges Henry iniciou uma nova carreira e se associou a Jean Manzon, conhecido jornalista francês em atividade no Brasil, passando a trabalhar na área de produção audiovisual, cinema e documentário, atuando depois, já no inverno da vida, como professor de idiomas (inglês, francês e espanhol), escritor e ativista cultural.

Ao se aposentar, veio residir com a família na vizinha cidade de Serra Negra, período em que foi convidado pela Fundação Educacional de Amparo para ser diretor do Centro Cultural e Conservatório Integrado (tendo permanecido nessa importante função ao longo de 12 anos), o que o motivou, ainda mais, a transferir residência, em 1992, para o município de Amparo.

Escreveu o livro "Um Músico... Sete Vidas" (autobiografia), em francês, traduzido para o português e editado no Brasil pela Editora Letras & Letras, de São Paulo, obra prefaciada pelo jornalista Boris Casoy.

Em 1997, o Legislativo amparense lhe conferiu, por unanimidade, o título de cidadão amparense. Em 1999, foi eleito um dos "imortais" da Academia Amparense de Letras (AAL), instituição da qual, além de segundo ocupante da Cadeira 32, foi vice-presidente desde 2000 até o seu falecimento.

Em 7 de abril de 2017, foi condecorado com a "Medalha 8 de Abril" pela Prefeitura Municipal de Amparo – última homenagem pública prestada ao notável maestro.

Ao longo de 488 edições, enquanto a saúde lhe permitiu, Georges Henry colaborou semanalmente em "A Tribuna", com sua coluna intitulada "Press blog", tendo publicado sua última matéria na edição de 17 de novembro de 2017.

Residia, nos últimos anos, no Lar dos Velhos de Amparo, cercado, sempre, pelo carinho e pela aconchegante atenção de velhos e novos amigos e admiradores.

Até as vésperas de sua passagem para a Pátria do Eterno, conservou-se mentalmente lúcido e ativo, pesquisando, nos últimos tempos, com voracidade e determinação, através do YouTube, tudo o que encontrasse sobre Jacques Attali, escritor e filósofo francês, que foi, com apenas 27 anos de idade, conselheiro de François Mitterrand, então presidente da França. E isso com o mesmo fervor e a mesma dedicação com que, por décadas, havia estudado, incansavelmente, o pensamento de seu guru intelectual, o também francês Jean Guitton (filósofo renomado e conselheiro de vários papas, "imortal" da Academia Francesa).

Tive o prazer de privar da amizade de Georges Henry ao longo de, pelo menos, um quarto de século!

Georges Henry faleceu na noite de 27 de dezembro de 2017, aos 98 anos, em Amparo, faltando menos de dois anos para chegar ao centenário – como era seu desejo manifesto.

Louvo a existência de Georges Henry! Rendo minhas homenagens ao artista sensível e inspirado que ele foi, fazendo deste artigo mais um testemunho de meu imperecível amor e de minha saudade.

Nota da redação: Marcelo Henrique é poeta e jornalista.