Neste domingo, às 16h, com transmissão pela Band, será realizada a finalíssima da Copa Africana de Nações de 2021, que por conta da pandemia está sendo disputada em 2022. Como esta coluna foi escrita antes da semifinal entre Camarões e Egito, eram duas as possibilidades de confronto: Senegal x Camarões ou Senegal x Egito. A competição está sendo disputada na República de Camarões, país da região ocidental da África central que concentra 24 milhões de habitantes.
Disputada pela primeira vez em 1957, com apenas três seleções (Egito, Sudão e Etiópia), a CAN está vivendo a sua 33ª edição, e tem como maior vencedor a seleção do Egito: sete vezes. Camarões venceu cinco, Gana quatro, Nigéria três, Costa do Marfim, Argélia e República Democrática do Congo (antigo Zaire) duas. Venceram uma única vez: Zâmbia, Tunísia, Sudão, Etiópia, Marrocos, África do Sul e Congo. Das 24 equipes que disputaram a atual edição do torneio, nunca chegaram ao título as seleções de Senegal, Mali, Guiné, os estreantes Comores e Gâmbia, Gabão, Burquina Fasso, Zimbábue, Guiné Equatorial, Malawi, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia e Serra Leoa.
Como de hábito, a competição teve situações surpreendentes até aqui. A forte seleção de Gana não passou da primeira fase, mico que somente foi superado pela Argélia, atual campeã. Ambas as seleções ficaram em último lugar em seus grupos, sem vitória alguma em três jogos. A Nigéria parou nas oitavas de final, enquanto os dois estreantes fizeram bonito: Comores não só avançou de fase como deu trabalho para Camarões nas oitavas. Já os gambianos alcançaram as quartas de final, também eliminados pelos anfitriões camaroneses. Feio mesmo fez a África do Sul, que sucumbiu ainda nas Eliminatórias da CAN.
Curiosamente, as Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2022 estão em momento decisivo, com os cinco mata-matas finais já definidos – os vencedores estarão no Catar em novembro. Egito x Senegal, Camarões x Argélia e Gana x Nigéria irão protagonizar verdadeiras batalhas entre gigantes do continente. Mali x Tunísia, menos tradicionais, farão peleja renhida, enquanto Marrocos tem leve favoritismo contra a zebra República Democrática do Congo, que sequer chegou à fase final da atual Copa Africana de Nações. Os jogos de ida ainda não têm data definida, mas devem ser disputados em março. Vai sair lasca.
Voltando à CAN, Camarões, jogando em casa, terminou a 1ª fase na liderança do Grupo A, à frente da surpreendente Burkina Fasso – que só caiu nas semifinais –, de Cabo Verde e da Etiópia. No mata-mata, eliminou os heroicos, mas frágeis Comores e Gâmbia. O jogo contra Comores ficou marcado negativamente pelo tumulto na entrada do Estádio Olembe, na capital Yaoundé, que resultou na morte de oito pessoas, além de dezenas de feridos. Até antes da partida contra o Egito, Aboubakar (Al Nassr-ARA) já tinha cinco gols, na artilharia da competição.
Elenco mais valioso da Copa Africana, correspondente a R$2,2 bilhões, a seleção senegalesa de Mané (Liverpool), Koulibaly (Napoli) e de Mendy (Chelsea) concluiu a 1ª fase em 1º do Grupo B, à frente de seleções inexpressivas. Nas oitavas, bateu Cabo Verde e, na sequência, Guiné Equatorial. Apenas nas semifinais encarou um adversário de peso, o Egito.
Os egípcios, do craque de 100 milhões de euros, Salah (Liverpool), findaram a 1ª fase em 2º lugar do Grupo D, atrás da Nigéria e à frente de Sudão e Guiné-Bissau. Depois, pegaram duas pedreiras, mas superaram a Costa do Marfim (nos pênaltis) nas oitavas, e Marrocos, de virada (na prorrogação), nas quartas de final. Futebol de primeira linha garantido para o público camaronês neste domingo histórico para o futebol mundial.
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