Por: Adilson Luís Zorzi
25/05/2021
15:05

Os números das estatísticas são assustadores: cerca de 8 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo vítimas do tabaco, sendo que parte expressiva delas, cerca de 1,2 milhão, é de não-fumantes que são expostos ao fumo de forma passiva. O Dia Mundial Sem Tabaco será celebrado no próximo dia 31 de maio em diversos países e entidades de saúde alertam, de forma especial nesta data, sobre os malefícios de fumar. 

O tabagismo é um grave problema para a saúde pública porque é responsável por inúmeras doenças pulmonares, cardiovasculares e tumores diversos. Apesar de seus malefícios já serem conhecidos, a pandemia trouxe mais preocupações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o risco de desenvolver a Covid-19 de forma mais grave é maior para os fumantes. 

“É notável essas complicações que os fumantes têm com a Covid-19, podendo até mesmo levar a pessoa a óbito. A relação do tabaco com as doenças respiratórias já era conhecida porque ele diminui nossos mecanismos de defesa, nossas proteções das vias aéreas. A fumaça do cigarro dificulta a limpeza que nosso próprio organismo faz. Além de que o tabagismo está relacionado a muitas comorbidades, como enfisema pulmonar e bronquite crônica, que debilitam o pulmão e que aumentam o risco de doenças infecciosas. Outro fator que merece atenção é que a pessoa fumante toca toda hora o rosto, precisa tirar a máscara de proteção para fumar e, se a mão não está corretamente higienizada, aumenta o risco de contágio”, alerta a médica de família e comunidade do Núcleo de Atenção Primária à Saúde (NAPS) da Unimed Amparo, Patrícia Dias Gomes Braz. 

O uso do tabaco desenvolve diferentes formas de relacionamento com a nicotina. A dependência física, que indica que o organismo do indivíduo se adaptou ao uso continuado da nicotina, desenvolvendo sintomas de abstinência quando se deixa de fumar, a dependência psicológica, que desperta a sensação de “apoio”, bem-estar e segurança, em que cigarro ajuda a amenizar a ansiedade em momentos difíceis, de estresse e solidão, e o condicionamento, que é o desejo de fumar estimulado com algumas associações habituais como tomar café, consumir bebidas alcoólicas, após as refeições, falar ao telefone dentre outras. 

Abandonar o vício

O desejo de abandonar o vício encontra muitos obstáculos e é desafiador. Segundo dados da OMS, em todo o mundo, cerca de 780 milhões de pessoas dizem querer parar de fumar, mas apenas 30% delas têm acesso às ferramentas que podem ajudá-las a fazer isso. 

Foi um problema de saúde que deu o alerta para que João Batista Preto de Godoy visse mais claramente a necessidade de abandonar de vez o tabaco. Ainda muito jovem, começou a fumar como uma brincadeira e esporadicamente. Depois de um tempo, fumava de sete a dez cigarros por dia.  

“Antigamente, o ato de fumar ou quem fumava era bem aceito em todos os lugares e as propagandas das marcas passavam uma mensagem de sucesso, status e prazer. Com o passar do tempo isso mudou e hoje é totalmente o oposto. Sem o cigarro são inúmeros os benefícios que sinto: mais saúde, o olfato e o paladar melhoram, maior disposição no dia a dia, maior concentração nas atividades e economia para o bolso”, conta. 

Grande parte dos que desejam parar de fumar tenta sozinho, o que diminui as chances de sucesso. Quando a pessoa conta com uma equipe de saúde e participa de grupos, por exemplo, pode enfrentar com mais eficácia os sintomas de abstinência, que costumam ser bem intensos porque a nicotina, assim como outras substâncias que são inaladas, têm uma ação muito rápida no cérebro, mas que também passa muito rápido, fazendo com que o dependente queira usar com frequência e cada vez em uma quantidade maior. 

O tratamento é feito através de uma lógica da abordagem cognitiva e comportamental. Quando uma pessoa busca ajuda, a primeira coisa que é analisada é a motivação, porque a eficácia está diretamente ligada ao desejo de largar o vício. 

“É preciso construir ações concretas de como enfrentar os sintomas de abstinência, que como duram alguns minutos e passam rápido, podemos pensar em estratégias do que fazer quando essa vontade de fumar vem. Se é um tratamento em grupo, como vemos no programa Superação do NAPS, o interessante é que as pessoas se estimulam e podem trocar experiências, o que vai aumentando o arsenal de coisas que elas podem fazer e que irão ajudá-las”, aconselha a médica.


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