Noite com poucas horas de sono, desconforto, sonolência excessiva durante o dia... Estes sintomas podem parecer sem importância, mas mostram que algo não está certo. O sono é fundamental para o equilíbrio e bom funcionamento do corpo e da mente. Hoje, dia 19 de março, é o Dia do Sono, celebrado para trazer importantes informações sobre o tema para melhorar a qualidade de vida da população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os distúrbios do sono afetam 40% da população brasileira, dados estes que aumentaram com as consequências trazidas pela pandemia da Covid-19. Para a médica especializada em Medicina do Sono e cooperada da Unimed Amparo, Valéria Morandi Zicari da Costa, a qualidade do sono, infelizmente, não é uma preocupação para grande parte das pessoas, mas que influencia decisivamente na saúde física e mental.
“O sono é um processo ativo onde o cérebro trabalha o tempo todo, processando coisas fundamentais para o correto funcionamento do no nosso organismo, como síntese de hormônios, a seleção das memórias úteis para guardar o que aprendemos durante o dia e a restauração do sistema imunológico, que nesta fase de pandemia é fundamental, entre outras coisas”, explica a médica.
Para a especialista, outro fator importante é que a rotina diurna influencia diretamente na qualidade do sono. “Diversos hábitos influenciam na qualidade do sono, como alimentação, consumo de achocolatados, cafeínas e outros estimulantes, exercícios físicos noturnos, que acabam aumentando a temperatura do corpo, a ingestão de bebida alcoólica, uso descontrolado de medicamentos para o sono e de tecnologias, como celular e computador. Um terço do nosso tempo diário deve ser coberto pelo sono. Outra preocupação é daqueles que têm a ideia de ocupar o tempo de sono para trabalhar com a ideia de que dormir é ‘perder tempo’. É um engano que isto traga produtividade, porque a falta de sono de qualidade influencia negativamente nosso desempenho. É preciso parar para que o nosso organismo e nossa mente trabalhem corretamente e alguns primeiros sintomas da privação de sono são alterações cognitivas, como dificuldade de concentração e alteração na memória, além de desencadear outros prejuízos, como envelhecimento precoce, obesidade e problemas cardiovasculares”, alerta.
Apesar de individual, a má qualidade de sono também traz um prejuízo coletivo. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) em parceria com a Academia Brasileira de Neurologia e o Conselho Regional de Medicina indicou que cerca de 42% dos acidentes de trânsito estão relacionados ao sono. Além disso, a falta de qualidade deste momento de “restauração” do organismo pode ocasionar desatenção no trabalho, nas tomadas de decisão e nas tarefas doméstica, também propiciando acidentes.
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