Um levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde em Campinas (SP) na tarde de quarta-feira, dia 23 de novembro, mostra que 76,3% dos internados por conta de complicações provovcadas Covid-19 no período entre 28 de agosto e 19 de novembro estavam com esquema vacinal incompleto. O percentual significa que, do total de 55 pacientes, 42 estavam com imunização parcial e 13 com todas as doses.
A prefeitura reforçou nesta mesma data a recomendação para que a população volte a usar máscara contra a Covid-19 em locais pouco ventilados e/ou quando houver aglomerações, diante do aumento de casos positivos e volta de internações provocadas pela doença. Em nota, a administração diz que o Comitê de Enfrentamento da Pandemia de Infecção Humana pelo Novo Coronavírus passou a orientar "fortemente" a proteção e incluiu o transporte público na lista de ambientes para cuidados.
Alerta sobre proteção
A médica infectologista da Unicamp Raquel Stucchi explicou que a proteção gerada pelas vacinas contra as formas mais graves da doença diminui ao longo do tempo e, por isso, é preciso estar com o esquema completo.
“Depois de seis, oito meses, para a maior parte das pessoas, a proteção já é bem pequena”, explicou.
O esquema vacinal completo consiste em quatro doses do imunizante para maiores de 18 anos, e em duas para menores de 12 anos. Em Campinas, 13 das 55 pessoas hospitalizadas foram assistidas pela Unidade de Terapia Intensiva. No grupo, dez não tinham recebido todas as doses previstas.
As vacinas de reforço servem para evitar a queda natural da proteção contra o novo coronavírus, explicou a médica. Em idosos, o processo tende a acontecer mais rápido, a partir do quarto mês após a última vacinação.
"Quando fazemos a dose de reforço, o organismo aumenta rapidamente as células de defesa, os anticorpos, fazendo com que a gente volte a ter uma proteção e diminuindo o risco de ter formas graves da doença", ressaltou a infectologista.
Na noite de terça, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, o uso temporário e emergencial de vacinas bivalentes, que protegem contra mais de uma cepa do novo coronavírus. Contudo, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andréa Von Zuben, enfatizou que ainda não há previsão de quando estes imunizantes chegam à metrópole.
"As vacinas disponíveis protegem tanto quanto as bivalentes contra formas mais graves da doença. Não é pra esperar. Esperar é se sujeitar a ter um quadro grave da doença", alertou.
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