Por: Marcelo Henrique
17/07/2023
15:07

Seu nome era Ana Bernardina de Campos Cintra. Nasceu em 1847, muito provavelmente em Atibaia/SP, mas passou a maior parte de sua vida no município de Amparo. Era filha de José Manuel Cintra (irmão do Barão de Campinas) e de Constância Miquelina da Silveira. Seu pai, fazendeiro de café, faleceu em Amparo em 1884, onde residia desde 1856. Dona Ana era, portanto, sobrinha do Barão de Campinas (Joaquim Pinto de Araújo Cintra).

Casou-se com seu tio materno, o fazendeiro Joaquim Ignacio da Silveira, em 25 de julho de 1863, em Amparo/SP, deixando descendentes (filhas). Natural do então distrito de Campo Largo do Atibaia (atual município de Jarinu), o esposo de dona Ana Bernardina faleceu em São Paulo – Capital em outubro de 1903.

Uma curiosidade para os amparenses: dona Ana Bernardina era irmã de João Batista de Campos Cintra (apelidado de “João Manuel”), pai do ex-prefeito Constâncio Cintra e, portanto, avô do também ex-prefeito (e homônimo) João Baptista de Campos Cintra.

Para quem não sabe, dona Ana Bernardina foi a benemérita dama amparense que, auxiliada pelo seu cunhado Ignácio Pupo, fundou o então Orfanato Divina Providência, hoje Lar Escola Divina Providência, doando os terrenos para sua construção. O Lar Escola, antigamente chamado de Orfanato, atende uma média permanente de 50 meninas.

Após a Lei Áurea, ela financiou a educação e a assistência humanitária às famílias dos ex-escravos das fazendas de seu falecido marido.

Pesquisando, pela internet, um precioso catálogo dos títulos de nobreza concedidos pela Santa Sé a brasileiros, documento organizado por Carlos Eduardo de Almeida Barata (o Cau Barata), historiador e genealogista brasileiro, pude confrontar apontamentos do saudoso historiador amparense dr. José Eduardo Pimentel de Godoy, o “Siruga”, confirmando, efetivamente, que dona Ana Bernardina foi agraciada pela Santa Sé com um título de nobreza: o Papa Leão XIII a agraciou com o título de Condessa de Campos, título esse que só veio a ser conhecido após a sua morte, pois, em vida, a sua grande modéstia sempre o ocultou.

Dona Ana Bernardina faleceu em 1939, aos 92 anos de idade, tendo doado todas as terras da família a orfanatos e hospitais.

Em Amparo, o nome oficial da rua que a homenageia é Rua Dona Ana Bernardino (Decreto nº 736, de 12 de agosto de 1969). Assim mesmo, com o “Dona” incorporado ao nome da rua. Essa via pública começa na Rua José Lourenço Gomes (Jardim São José) e termina na Rua Vaticano (Jardim Itália). Interessante que, além de incorporar o “Dona” ao nome oficial da rua (Rua Dona Ana Bernardino), contém, também, uma incorreção, já que, em vida, a homenageada se chamou Ana Bernardina de Campos Cintra, não “Ana Bernardino”.

Aproveito, ao concluir este meu artigo, para alertar a Administração Municipal de Amparo de que, no corpo do referido decreto de 1969 (gestão João Cintra), consta um exótico “D. Ema Bernardino de Campos”; contudo, no artigo primeiro, consta “Rua D. Ana Bernardino”. Minha sugestão ao senhor prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins, é que envie para o Legislativo amparense novo decreto retificando o nome dessa rua – Rua Dona Ana Bernardina de Campos Cintra e, entre parênteses, abaixo do nome, “Condessa de Campos”. É isso.


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