A Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Amparo, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, por meio do Departamento de Direitos Humanos e Inclusão Social, promoveu a capacitação dos professores da Rede Municipal de Ensino no estudo sobre o continente africano. A medida vai ao encontro das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008 que tornaram obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar.
As capacitações estão sendo realizadas em quatro dias. Na segunda-feira, 15 de maio, professores foram sensibilizados a partir de uma aula com o professor Odair Marques da Silva. O ciclo de estudos continua nos dias 22 e 29 de maio, com o curso online “Falando de África em sala de aula: um contraste atual”, e encerrando em 12 de junho com uma roda de conversa.
As atividades propostas visam a criação de uma educação antirracista, que valorize a cultura africana e estimule um olhar propositivo sobre o continente.
A partir da capacitação, os professores estarão aptos a desenvolverem em sala de aula atividades alusivas ao Dia do Continente Africano, celebrado no dia 25 de maio, e ao Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. O objetivo é que este último, que culminará com o 2º Festival da Consciência Negra, encerre os estudos sobre o tema neste ano letivo.
Segundo o diretor do Departamento de Direitos Humanos e Inclusão Social, Matheus Fructuoso, medidas são amparadas no desejo manifestado no 1º Festival da Consciência Negra, em novembro do ano passado, e no Grupo de Trabalho criado para debater o assunto.
Expectativa é que, agora, professores tenham subsídios e estimulem a discussão do tema em sala de aula. Como parte complementar também haverá a distribuição de livros didáticos para todos os profissionais da educação e alunos dos quartos e quintos anos.
“A metodologia a ser aplicada em sala de aula pressupõe a valorização do continente africano e das raízes africanas, fugindo de todo e qualquer estereótipo social. E os professores estarão aptos a desenvolvê-la (estão recebendo capacitação ao longo de todo o ano). A ideia é que os alunos também apresentem trabalhos em novembro que integrarão o 2 Festival do Orgulho Negro. Esperamos com isso que o aluno estabeleça associações com a cultura negra e as comunidades negras e mesmo com o continente africano, sob a ótica da identidade e do pertencimento, sem reproduzir preconceitos e/ou estigmas. Apesar de a escravidão ser um período terrível de nossa história, ainda não socialmente superado, a população negra não está e nem pode ser resumida apenas a isso. E a África, da mesma forma, não possui apenas pobreza e animais. Conceitos assim são negativos e precisam ser contextualizados”, aponta Matheus.
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