O secretário da Educação, Rossieli Soares, e o epidemiologista Wanderson Oliveira, coordenador da Comissão Médica da Educação, divulgaram na sexta-feira, 7 de maio, em coletiva virtual, o 2? Boletim Epidemiológico da Educação. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19 (Simed), que reúne informações sobre casos registrados pelas escolas.
“Estamos buscando sempre trabalhar com evidências, acompanhando tudo que acontece e todas as movimentações no mundo, mas também observando, obviamente, os números daqui do estado de São Paulo e para isso o trabalho da Comissão é essencial”, iniciou Rossieli.
Entre os dias 3 de janeiro até 1 de maio de 2021, o Simed registrou nas escolas das redes estadual, municipal e privada, 28.064 notificações válidas relacionadas a casos suspeitos e confirmados de Covid-19. Destas 5.651 são casos prováveis, 6.559 casos descartados, 7.844 casos com resultado inconclusivo e 8.010 em investigação.
Estas classificações foram adaptadas pela Comissão Médica da Educação, pois a confirmação só deve ser feita pela Secretaria de Saúde ou com laudo de exames positivos. “A partir de agora o que a gente chamava de casos confirmados passam a ser casos prováveis. Essa definição é prevista na epidemiologia e usada com regularidade, inclusive a própria OMS tem definição de casos prováveis. Então para nós da Educação essa é uma definição operacional de tal maneira que a gente garanta somente as pessoas que possuem de fato a informação de que realizaram o RT-PCR ou teste de antígeno com resultado positivo registrado no sistema”, explicou epidemiologista Wanderson Oliveira.
Em comparação, a taxa de incidência do estado de São Paulo entre as semanas epidemiológicas 1 e 17 deste ano é 3.132 casos por 100 mil habitantes. Já a taxa de incidência observada nas notificações do Simed é 98 casos por 100 mil pessoas, ou seja, 31 vezes menor do que a estadual.
Ainda, os 39 registros com informação de óbito estão sendo investigados pelas Secretarias de Saúde e Educação para avaliação da relação dos mesmos com atividade presencial na escola durante o período de transmissão.
Dos casos prováveis, 3.710 são registros da rede estadual ligada a Seduc, 128 da rede estadual ligada a outros órgãos, 1.764 da rede privada e 49 das redes municipais. O preenchimento no Simed é obrigatório para as escolas de todas as redes, com exceção daquelas em que os municípios possuem conselhos próprios.
Wanderson Oliveira explicou que para o registro ser válido dentro do Simed deve haver uma investigação do caso. Se alguém da escola apresentar dois ou mais sintomas tem que se considerar a data de início e tempo de incubação do vírus. “Precisa checar se a pessoa esteve presencial em atividades na escola [...] Se não esteve na escola nesses 14 dias (tempo para incubação do vírus) esta não é uma infecção da comunidade. Apesar da pessoa ser ligada a escola nós não queremos saber se ele teve Covid ou não, nós queremos saber se ele pegou Covid durante uma atividade presencial na escola”, afirmou.
Twittar | Compartilhar |