Os carrões elétricos de luxo estão abrindo o mercado, mas quem fará a revolução na eletrificação dos carros serão as empresas de aplicativos. Até 2040, nada menos de 85% da frota de carros por aplicativo será elétrica, um número 4x maior do que o estimado para carros de uso particular (21%).
A conclusão é de um estudo inédito da McKinsey sobre o futuro da mobilidade sustentável no país. Portanto, para as montadoras que pretendem crescer no segmento de carros elétricos, vale a pena focar nas empresas de transporte por aplicativo e em seus motoristas parceiros.
Atualmente, o app 99 é o mais investe na eletrificação no Brasil. A frota já conta com alguns veículos 100% elétricos da BYD e da Caoa Chery, que rodam na cidade de São Paulo. A 99 lidera um conglomerado de 11 empresas que visam impulsionar a infraestrutura para veículos sustentáveis no Brasil.
Segundo a pesquisa da McKinsey, os carros elétricos têm sintonia com o modelo de negócio do transporte por aplicativo por dois motivos: 1) a alta rodagem e previsibilidade das áreas de deslocamento; 2) a utilização do veículo majoritariamente nos centros urbanos, onde há muitos pontos de recarga.
A expectativa é de que em 2040, as receitas com veículos elétricos atinjam US$ 65 bilhões de dólares. São esperados ainda um total de 11 milhões de automóveis eletrificados em circulação no Brasil, representando 20% de toda a frota. Nesse caso, serão carros elétricos e híbridos.
10 mil pontos de carregamento
Uma das metas da Aliança pela Mobilidade Sustentável é a criação de 10 mil pontos públicos de carregamento em todo o Brasil até 2025. Conforme os dados da McKinsey, a previsão é de que o país tenha 12 mil pontos de recarga nos próximos três anos.
“O futuro da mobilidade elétrica depende de uma união de esforços e é esse trabalho que estamos realizando com a Aliança”, disse Thiago Hipólito, Diretor de Inovação da 99.
A pesquisa da McKinsey revela ainda que, para quem faz uso intenso do carro, como é o caso dos motoristas de aplicativo, o Custo Total de Propriedade (TCO) do carro elétrico deve se tornar equivalente ao do automóvel à combustão muito antes daqueles que utilizam o carro para fins pessoais.
Considerando os carros de entrada, por exemplo, com valores abaixo de R$ 200 mil, essa equivalência deve ocorrer já em 2023 para quem roda mais de 150 km/dia. Para aqueles que dirigem cerca de 30 km/dia (uso particular), a equiparidade de preço deve ser atingida somente em 2030.
“Hoje a economia que o motorista de aplicativo tem com o uso do carro elétrico, chega a 80% em relação ao modelo por combustão, quando analisamos os custos com combustível e manutenção", afirma o executivo do app 99. "Esse automóvel ainda tem um valor de aquisição muito alto para o motorista. Junto com montadoras, empresas de locação e instituições financeiras, podemos pensar soluções para tornar o acesso aos veículos elétricos mais fácil."
Entre as ações da Aliança em prol da democratização do carro elétrico está a parceria entre a 99 e a Movida para alugar 50 carros elétricos a motoristas parceiros da plataforma em São Paulo. Com a opção de locação facilitada mais a redução com o custo de combustível, a economia do condutor pode chegar a mais de 25% ao mês.
Aliança pela Mobilidade Sustentável
A Aliança faz parte do DriverLAB, área de inovação e tecnologia da 99, focada no motorista. Nos próximos três anos, o setor vai investir R$250 milhões em diversas iniciativas para proporcionar mais bem-estar aos condutores, com soluções de cuidado que ampliem seus ganhos e diminuam os seus custos, sendo R$100 milhões somente em 2022.
Aliança pela Mobilidade Sustentável, além da 99, já conta com empresas ligadas ao setor de energia (Enel X Way, Raízen, Tupinambá Energia e Zletric), montadoras (Caoa Chery e BYD), locadoras (Movida e Unidas), uma instituição financeira (Banco BV) entre outras.
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