O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, na manhã desta terça-feira (28), a concessão do título de Professor Emérito aos docentes Anibal Eugênio Vercesi, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Jorge Sidney Coli Júnior, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), e Marco Antônio Teixeira, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc). Os títulos foram concedidos por unanimidade do Conselho.
Nascido em Amparo, em 1947, professor titular do IFCH, a trajetória Jorge Coli foi marcada por sua atuação dentro e fora do ambiente acadêmico. Foi colunista da Folha de S. Paulo e do Le Monde e atuou com o secretário de Cultura na Prefeitura de Campinas, sob a gestão do prefeito Antônio Costa Santos.
Coli iniciou sua formação universitária em Filosofia, na Universidade de São Paulo. Interrompeu seus estudos nos tempos conturbados da ditadura militar e foi para a França, onde iniciou sua formação em História da Arte e em História do Cinema na Université de Provence, campus de Aix. Obteve o mestrado em História da Arquitetura e passou a ensinar na universidade. Em seguida, ensinou nas universidades de Toulouse Le Mirail e Paul Valéry, de Montpellier. Obteve seu doutorado em Estética, no Departamento de Filosofia da USP, sob a orientação da professora Maria Sylvia Carvalho Franco, e seu pós-doutorado na New York University. Sua tese de doutorado foi publicada pela Editora da Unicamp. Essa formação lhe permitiu lançar estudos pioneiros sobre a História da Arte e da Cultura brasileira e internacional, explorando sobretudo a produção do século XIX e da primeira metade do século XX.
Formou um número elevado de pesquisadores e professores, que hoje desenvolvem pesquisa e docência em universidades por todo o Brasil, desempenhando papel de destaque na vida universitária, institucional e intelectual brasileira, atuando na direção de museus e de outras instituições. A preocupação de Coli com o patrimônio brasileiro no campo das artes estimulou numerosas pesquisas voltadas para estudos específicos de obras, nacionais e internacionais, depositadas em acervos de museus brasileiros.
Presidente da comissão que recomendou a honraria, o professor Antonio Augusto Arantes Neto disse que Coli foi indicado porque preenche todos os requisitos previstos para a concessão de um título como este. “Lembramos sua qualidade intelectual; a abrangência de sua contribuição para a área no Brasil e a efetividade dessa contribuição”, disse.
Arantes Neto avalia que grande parte da contribuição de Coli se deu na formação de um público qualificado para a compreensão da arte brasileira, em especial a do século 19, para além da já mencionada formação de pesquisadores e intelectuais. “Sua atuação contribuiu para um divisor de águas na História da Arte como disciplina acadêmica na universidade brasileira, num pioneirismo importante”, escreveu o professor Marcos Tognon, do Departamento de História do IFCH-Unicamp, que assina o parecer com o pedido de entrega do título.
O parecer aponta que o professor Jorge Coli colaborou com pioneirismo na criação dos estudos em História da Arte em nosso contexto, já que as universidades brasileiras não possuíam programas institucionais que contemplassem todo o campo dessa área. “Mais ainda, o professor Jorge Coli considerou que era preciso dar a esses estudos sua plenitude no campo metodológico e epistemológico”, finaliza Tognon.
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