Quem vê as fotos da noiva em seu vestido e a alegria dos convidados não imagina que o casamento só aconteceu por causa da ajuda dos amigos. A faxineira Sueli Silva e o contramestre Lorival Dias da Silva contrataram uma empresa de Santa Bárbara d’Oeste (SP) para realizar a festa do casamento, mas dias antes os proprietários sumiram sem pagar fornecedores.
Eles só descobriram no dia da cerimônia, que foi improvisada para realizar o sonho deles. Outros casais podem ter passado pela mesma situação e a Polícia Civil apura a suspeita de golpe.
Foi um ano inteiro de planejamento e sacrifícios para pagar os R$ 16 mil pela festa, marcada para o último sábado (30). O casal contratou a empresa de Santa Bárbara para cuidar de todos os detalhes. "Eu ia ter o local da festa, o DJ, a cerimonialista, dois seguranças, garçom, cascata de chocolate, brindes dos padrinhos", detalha Sueli.
Após a contratação, um casal se apresentou como proprietário e ficou em contato com os noivos por vários meses, mas quando a data da festa foi se aproximando, o comportamento mudou. Eles contam que as conversas diminuíram.
No dia do casamento veio a surpresa. A empresa não pagou os fornecedores e a festa tão sonhada simplesmente não existia. O casamento só aconteceu graças à solidariedade dos profissionais e dos amigos, que improvisaram a festa.
"Aí começaram, um pra cá, outro pra lá, atrás de chácara para alugar para fazer essa festa. A gente foi atrás das coisas, ligamos, conseguimos mesas, bebidas, tudo", conta Lorival.
Diante de tanta revolta e decepção, outros casais estão com medo de passar pela mesma situação. O autônomo Gabriel Parussolo e a vendedora Karen Ribeiro Tofanelli marcaram o casamento para o próximo sábado (7). O contrato com a empresa é de mais de R$ 5,8 mil. A apreensão só cresce enquanto eles tentam contato com os organizadores.
"Teve a reunião ontem, ele não apareceu, a gente liga ele não responde, manda mensagem e nada", afirma Gabriel.
"É um sonho que a gente está querendo realizar há muito tempo, que a gente planeja e, de repente, está prestes a acabar com tudo", lamenta Karen.
O Guilherme e a Tamires fecharam o contrato de R$ 4,5 mil em novembro do ano passado e marcaram a cerimônia para o dia 14 de novembro, mas também não sabem o que vai acontecer. "Eu esto bem nervosa, muito nervosa", revela ela.
A equipe de reportagem da EPTV, afiliada de TV Globo, procurou a Marcel Eventos e Entretenimento no imóvel que constava como endereço da empresa, mas ninguém foi encontrado.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que está levantando informações nas delegacias da região para ver se outros boletins de ocorrência foram feitos acusando a empresa de Santa Bárbara de não cumprir contratos.
Para evitar que o sonho vire pesadelo, a advogada Joanna Paes de Barros, especialista em direito do consumidor, orienta os casais a acompanharem de perto todo o processo.
"Acompanhar mensalmente, ir visitar os lugares, fazer as experimentações. Ir aos lugares que estão sendo contratados, exigir quem sabe esse outro contrato decorrente da celebração das várias atividades", indica.
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