A Justiça aceitou a denúncia por tortura contra o trio acusado de manter um menino de 11 anos acorrentado dentro de um barril, em Campinas (SP). Agora réus, o pai do garoto, a madrasta e a filha dela estão presos preventivamente por tortura e omissão.
A denúncia havia sido apresentada na última sexta-feira (12) pelo Ministério Público (MP), que confirmou nesta terça (16) que a Justiça aceitou o pedido no mesmo dia. O processo agora tramita em segredo de Justiça.
A ação da promotora Adriana Vacare Tezine atribui, ainda, o crime de abandono intelectual ao pai, já que ele não matriculou nem manteve o filho na escola em 2020.
"A denúncia cita o resultado de exame de corpo de delito, que apontou na criança lesões causadas por agentes contundentes e corto-contundentes", informou o MP.
O jovem foi resgatado pela Polícia Militar (PM) após uma denúncia. A filha da madrasta do garoto estava em casa vendo televisão quando os policiais chegaram.
Segundo a PM, o menino tinha mãos e pés acorrentados, estava debilitado e com sinais de desnutrição. Para os policiais, ele contou que se alimentava cascas de frutas e fubá cru. Tinha sede e fome quando pediu ajuda.
Após o resgate e os dias hospitalizado para passar por exames e tratar a desnutrição, o menino de 11 anos recebeu alta e foi encaminhado para uma instituição de acolhimento em Campinas, uma medida excepcional prevista pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Por todo o país - e até fora do Brasil - houve uma mobilização de ajuda ao garoto. Centenas de roupas e brinquedos foram doados.
Twittar | Compartilhar |