A Polícia Civil prendeu em flagrante, na noite de segunda-feira, 22 de maio, em Campinas, uma falsa médica que usava nome e registro de uma profissional do Rio de Janeiro. A mulher, que é formada em farmácia, foi alvo de uma série de denúncias e processos de estelionato. A falsa médica atendia ainda os atletas do Amparo Athlético Clube nos jogos do Campeonato Paulista Sub-23 – Segunda Divisão. Segundo o presidente do clube, Luciano Antonacci, o Tucão, ela cobrava R$ 700,00 por jogo, e teria feito os exames de eletrotocardigrama bem como os exames para os jogadores atuarem na competição, conforme previa exigência da Federação Paulista de Futebol (FPF). O presidente calcula que os gastos do clube com a falsa médica podem ter chegado a R$ 20 mil. “Infelizmente não é só os apostadores que estão entrando no futebol até falsos médicos estamos realmente triste com toda essa situação ela cobrava 700 reais por jogo”, disse o presidente.
Segundo Tucão, a falsa médica foi dispensada duas semanas atrás após ter se atrasado num jogo da categoria sub-15, em Americana, fazendo com que a equipe fosse multada pela FPF em R$ 5 mil.
A prisão
De acordo com as investigações, Simone Martins Ferreira utilizava, há pelo menos dois anos, o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) da médica dermatologista Simone de Abreu Neves Salles, que é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF). A mulher chegou a ser presa por resistência em agosto de 2022 durante um cumprimento mandado de busca e apreensão, mas pagou fiança e foi liberada.
Mesmo após a prisão, a suspeita continuou atuando como médica e a polícia continuou a investigação. Ela fazia atendimento a domicílio na região de Campinas e prescrevia exames e remédios.
A polícia apreendeu com a mulher receituários de controle especial, carimbos, equipamentos médicos, insumos, seringas, e uma credencial da Federação Paulista de Futebol (FPF), que a investigação vai apurar se era falsa. O advogado de defesa afirmou à que está se inteirando da situação, mas confirmou que ela não era médica.
A investigação
O delegado afirmou que foi muito difícil chegar até a falsa médica porque ela mudava constantemente de endereço, o que deu a entender que não atendia mais fisicamente. Na segunda-feira, uma mulher pediu para que uma policial acompanhasse um atendimento ao pai dela e, por isso, foi possível fazer o flagrante no momento em que ela assinava e carimbava uma receita.
"A policial civil notou quando ela se apresentou e passou a qualificação. Aí ela entrou em contato com outros agentes, que confirmaram a identidade da falsa médica e se deslocaram ao local. A mulher encerrou o atendimento e foi presa em flagrante. Ela se apresentou como médica, apresentou as credenciais, prescreveu, aferiu pressão, e acabou carimbando e assinando um receituário. Todos os elementos do exercício ilegal da medicina caracterizaram o flagrante", disse Oliveira.
Além de prestar atendimento a domicílio, Simone também tinha uma suposta empresa de home care (cuidado em casa, na tradução do inglês), terceirizava alguns serviços e repassa o valor que recebia aos profissionais. Ela também era contratada por empresas. A polícia agora vai investigar se essas pessoas sabiam que ela era uma falsa médica.
A mulher foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato tentado e exercício ilegal da medicina. Ela foi transferida para a Cadeia Pública de Paulínia e vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira (23). (fonte G1)
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