Por: João Baptista Herkenhoff
05/11/2019
12:00

29 de outubro foi o Dia do Livro. 5 de novembro é o Dia da Cultura.  Não apenas a proximidade dos dois dias comemorativos justifica o tratamento dos  temas num mesmo texto.

O livro é o mais importante instrumento para a construção da cultura, seja a cultura individual (de cada pessoa), seja a cultura coletiva (de uma comunidade, de um povo.

A leitura de livros não é o único caminho para a formação cultural. Também jornais, revistas, cinema, teatro, participação em debates, viagens conduzem à ampliação de horizontes intelectuais.

Entretanto, a meu ver, o livro sobrepuja todas as outras possibilidades de aprimoramento do espírito.

Ziraldo disse que o livro nunca será substituído. Não há avanço tecnológico que o torne dispensável porque o livro tem mistério, um especial poder de comunicação.

O livro tem alma.  Acho que foi isso que Ziraldo quis dizer.

De minha parte há livros que leio, e releio, e releio. Tenho a sensação de estar conversando com o autor.

Escrevo notas à margem das páginas e nessas notas registro impressões de concordância e de divergência.

Para que os livros circulem, cheguem às mãos dos leitores e sejam sorvidos há dois profissionais indispensáveis – o livreiro e o bibliotecário.

Cuidemos agora da cultura.

Emprego aqui o termo cultura no sentido sociológico (cultura espiritual), e não na acepção antropológica (cultura material).

Neste mundo globalizado, neste tempo em que o fato ocorrido no mais remoto rincão da Terra chega instantaneamente ao conhecimento geral,

neste nosso tempo, a influência de um povo sobre outro povo, de uma cultura sobre outra cultura é fenômeno que não pode ser evitado.

O intercâmbio de experiências é mesmo salutar para o progresso de todos. Não obstante essa realidade, cada país tem o direito de escolher seu caminho.

Creio que a mais eficiente forma de nos defendermos de uma pretendida invasão estrangeira consiste na valorização da Cultura Brasileira. 

Temos no Brasil uma Cultura que nos singulariza como povo. Foi à identificação e ao registro dessa cultura que Câmara Cascudo dedicou sua vida.

Esse Cascudo que, segundo Carlos Drummond de Andrade,

“fez coisas dignas de louvor, em sua contínua investigação de um sentido, uma expressão nacional que nos caracterize e nos fundamente na espécie humana.”

A Cultura Brasileira é a síntese da alma nacional, síntese a que se chega pela soma e fusão de nossas culturas regionais e locais.

Essa consciência de que os frutos do espírito brotam de norte a sul do país enriquecerá o cabedal de nossa riqueza cultural e contribuirá para o fortalecimento da nacionalidade.

Nota da redação: João Baptista Herkenhoff é Juiz de Direito aposentado (ES) e escritor


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