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Por: Marcelo Henrique
09/08/2023
10:08

Hoje, 9 de agosto, quarta-feira, festeja 90 anos de vida o professor Paulo Celso de Freitas, intelectual de alto coturno, mas, principalmente, um educador da prateleira de cima.

Os mais jovens integrantes da sempre sofrida classe do Professorado paulista, em Amparo e região, não tiveram, por certo, o privilégio de conviver, profissionalmente, com o professor Paulo Celso de Freitas, que já foi delegado de Ensino de Amparo – cargo equivalente ao atual dirigente regional de ensino (sim, Amparo já teve uma Delegacia de Ensino!). Extremamente organizado, metódico, o sobrecenho franzido a lhe conferir uma certa austeridade no semblante, leitor assíduo dos pequenos e grandes jornais, o prof. Paulo Celso herdou do pai a veia literária (seu pai, o sr. Américo de Freitas, era poeta dos bons!), tornando-se um cronista apreciado, com um estilo sóbrio e elegante – escreve em jornais de Amparo desde a década de oitenta, destacando-se como incansável e ferrenho defensor da escola pública.

Nascido em 9 de agosto de 1933 em uma casa da Rua Dr. Cesar, de número 35, no Bairro de Santana, em São Paulo, o prof. Paulo Celso me contou que seu pai, sr. Américo de Freitas, ficou exultante com o nascimento de um menino, correu para o cartório e o registrou como filho de Angela de Freitas, quando o nome correto de sua mãe era Angelina Faccine de Freitas.

Formou-se professor pelo Instituto de Educação Caetano de Campos, licenciando-se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Cursou a Faculdade de Direito de Itu, onde, por um curto período, foi aluno do hoje ex-presidente Michel Temer, bacharelando-se, em 1973, em Ciências Jurídicas e Sociais, filiando-se à OAB.

Ingressou no Magistério em 1960 como diretor do Ginásio Estadual Tonico Barão, de General Salgado. Em 1961, removeu-se para o Colégio Estadual Dom José de Camargo Barros, de Indaiatuba, já na região de Campinas; na mesma cidade, foi professor de História e Estatística e, ainda, vice-diretor da Escola Técnica de Comércio Nossa Senhora da Candelária. Em 1970, foi designado para a função de inspetor do Ensino Secundário e Normal da Delegacia de Ensino (1.ª DESN), de Campinas. Em 5 de fevereiro de 1976, foi nomeado delegado de Ensino de Amparo pelo governador Paulo Egydio Martins, cargo em que permaneceu até março de 1983. Após mais quatro anos como supervisor de Ensino da mesma Delegacia, aposentou-se após 35 anos de relevantes serviços prestados ao Magistério Paulista. 

Em Amparo, onde reside desde 1976, exerceu a Presidência da Comissão da Fundação Educar (antigo Mobral), de fevereiro de 1989 a março de 1990. Foi procurador fiscal da Prefeitura de Amparo (de agosto de 1989 a março de 1990), diretor do então Departamento de Educação e Cultura (de março de 1990 a dezembro de 1992) e assessor de Cultura (de janeiro de 1997 a fevereiro de 1999).

Lecionou, nos anos letivos de 1996 e 1997, Introdução ao Direito e Sociologia na então Faculdade de Ciências e Letras Plínio Augusto do Amaral, hoje Centro Universitário Amparense – Unifia.

É membro efetivo da Academia Amparense de Letras (AAL), sendo o terceiro ocupante da Cadeira n.º 29, patrono: Artur de Azevedo, sucedendo os intelectuais prof. Fernando Barbosa (primeiro ocupante) e drª Yvonne Marie Roubaud de Oliveira (segunda ocupante).

Em 9 de junho de 2003, a Câmara Municipal de Amparo lhe concedeu, por unanimidade, através do Decreto Legislativo n.º 251, o título de cidadão amparense.

Em 2011, publicou o livro “Caderno de Memórias (1933-1950)”, obra que foi dedicada à saudosa esposa Haydée Lara Aguiar, bem como aos filhos Cristina Salete (in memoriam), Marco Aurélio e Valéria Helena, ao genro Silvério, aos netos Cristiane, Cesar Augusto, Francisco Pedro, Enrico e Laura, Ana Luísa e Ana Flávia e aos bisnetos Isabela e Miguel.

Seu fôlego intelectual é invejável! Divide-se, atualmente, entre a colaboração esporádica no Jornal “A Tribuna”, semanário local, a leitura incansável de várias obras e a pesquisa biográfica, área de sua predileção. Terminou de ler há pouco o livro “Latim em Pó” (um passeio pela formação do nosso português), de Caetano W. Galindo, e agora se debruça em estudos sobre a vida do grande brasileiro Bernardino de Campos, que residiu em Amparo durante 22 anos (de 1866 a 1888).

Saúde e paz, professor Paulo Celso! Viva o aniversariante! 

Nota da redação: Marcelo Henrique, poeta, escritor e jornalista


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