Na segunda-feira, 24 de fevereiro, a atração da Sessão de Cinema do Projeto Luz & Sombras é o filme “Orfeu do Carnaval”, a primeira versão para o cinema da peça de Vinícius de Moraes que transpõe o mito grego de Orfeu e Eurídice para o Rio de Janeiro por ocasião do carnaval. Esse filme foi consagrado no mundo todo e recebeu a Palma de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro. A exibição será no auditório da Rádio Cultura FM, na Praça Pádua Salles, Centro, a partir das 19h30. A entrada é gratuita.
Sinopse
O filme apresenta a trágica história romântica entre a jovem Eurídice e o motorista e músico Orfeu. Os dois se conhecem durante o carnaval no Rio de Janeiro e se apaixonam, mas Orfeu tem uma noiva ciumenta. De acordo com a antiga lenda, o amor do casal é acompanhado de perto pela morte, e ele será capaz de descer aos infernos para salvar a sua grande paixão.
Fatores significativos
Há especificamente dois fatores que tornam esse filme muito significativo ou ainda digno de atenção: o primeiro, a história de amor atemporal mencionada acima, colocada de forma única e precisa no contexto do Brasil, o que, por si só, deve ter sido um desafio devido à sua natureza inovadora, mas a tarefa foi lindamente elaborada pelo diretor; o segundo é a cinematografia do filme que, depois de 66 anos, ainda parece surpreendente. Esses dois aspectos, para muitos espectadores, constituem esse “tudo”. Esse entusiasmo pode ser comparado a uma bela pintura que podemos admirar graças à sua requintada beleza. Da mesma forma, qualquer filme que tenha uma história interessante e seja visualmente deslumbrante acaba se tornando uma obra de arte inesquecível. E este é uma obra visual adorável, as cores são deslumbrantes e as imagens são brilhantes. As vistas maravilhosas do Rio de Janeiro, os belos momentos do nascer do sol e as vistas encantadoras de pequenas casas na favela nos impressionam.
Alguns aspectos como performances ou ação não podem ser analisados em termos de cinema moderno, de acordo com o que encontramos na maioria das produções de Hollywood. A atuação é simples, mas ocorrem de forma consistente. Todos são atores brasileiros, com exceção de Marpressa Dawn que nasceu em Pittsburgh, Pennsylvania, EUA, no dia 3 de janeiro de 1934 e faleceu em Paris – França no dia 25 de agosto de 2008 aos 74 anos. Desde jovem, Marpessa radicou-se na França, onde conheceu Marcel Camus e acabaram se casando.
Autenticidade e frescor
Muitos dos atores são inexperientes quando se trata de “grande cinema”, mas esse fato parece ser benéfico para o filme, pois suas performances resultam em autenticidade e frescor. Realmente temos a sensação de assistir a pessoas reais nas mesmas circunstâncias do carnaval do Rio e seu amor é genuíno. Há uma química perfeita entre Breno Mello como Orfeu e Marpessa Dawn como Eurídice. Eles se encaixam perfeitamente em seus papéis e até mesmo suas histórias de vida provaram essa ligação misteriosa. Considere que ambos morreram no mesmo ano, 2008. Lourdes Oliveira faz uma performance bastante engraçada como Mira, mas também é memorável. Mas o destaque maior fica para a atriz Léa Garcia conhecida internacionalmente por sua magistral atuação neste filme. No filme, a atriz vive a personagem Serafina.
O verdadeiro brilho de “Orfeu do Carnaval” (ou “Orfeu Negro”) está nos atores e figurantes, pessoas que vivem na lateral dos penhascos com vista para o porto do Rio. E é a energia delas que preval_ece. Depois, há a cor, os trajes, os ritmos pulsantes, a vitalidade espetacular da vida que é retratada como um carnaval de dança e música no qual somos levados como em uma onda de boas recordações.
“Orfeu do Carnaval” (ou “Orfeu Negro”) foi, por todos os relatos, um enorme sucesso quando estreou, em 1959 ganhando tanto a Palma de Ouro quanto o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas se tornou um tanto negligenciado nos últimos anos.
Ficha técnica
“Orfeu do Carnaval”
Elenco: Breno Mello, Marpessa Dawn, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia, Adhemar Ferreira da Silva, Alexandro Constantino, Waldir de Souza, Jorge dos Santos, Aurino Cassiano, Tião Macalé.
Roteiro: Jacques Viot. Baseado na obra de Vinícius de Moraes “Orfeu do Carnaval”
Música: Luiz Bonfá e Antônio Carlos Jobim
Diretor de Cinematografia: Jean Bourgoin. Edição: Andrée Feix
Figurinos: Pierre Guffroy
Direção: Marcel Camus.
Uma produção da França Filmes – Jânus Filmes, de 1959
Gênero: Drama e suspense
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