Por: Murilo Borges – Globo Esporte
22/04/2020
11:04

O ano era 1976. No antigo Palestra Itália, no mesmo local que hoje abriga uma das mais modernas arenas de futebol do mundo, o Palmeiras vencia o XV de Piracicaba por 1 a 0 e sagrava-se campeão paulista pela 18ª vez na história. A festa não cabia na gigante São Paulo.

Minutos após o apito final de Romualdo Arppi Filho, uma onda verde tomava conta do centro de Amparo, cidade de colônia italiana a 138 km da capital. A excitação era tão grande que irritou o então Monsenhor da Matriz de Nossa Senhora do Amparo, João Baptista Lisboa, ou Padre João, como era carinhosamente chamado pela população.  Enquanto os rojões atrapalhavam sua missa, o padre soltou:

"Enquanto eu for vivo, esse time nunca mais será campeão".

Essa é a "maldição" que muitos amparense conhece. Verdadeira ou não? Difícil encontrar provas que não sejam as memórias dos habitantes da cidade, a que reúne o maior percentual de palmeirenses no Mapa das Curtidas em 2017, quase 20%.

É certo que a história passou de geração para geração. Importante dizer: o padre, que atuou por mais de 60 anos na cidade, morreu no dia 30 de agosto de 1993, ano do fim do jejum palmeirense com a conquista do Paulista, no dia 12 de junho de 1993, setenta e oito dias antes da morte do Monsenhor. 

“Minha geração cresceu ouvindo essa história. Alguns dizem que estava tendo uma missa e um torcedor soltou um rojão quase dentro da igreja, outros que estava tendo uma recepção à imagem de Nossa Senhora e aconteceu isso” explica o professor Edmilson Guimarães, um dos muitos palmeirenses que vivem na cidade.

Essa lenda reforça o laço do Palmeiras com Amparo. Parte do Circuito das Águas do estado de São Paulo, a cidade é influenciada fortemente pela colonização italiana. Assim, o lado verde é uma herança das gerações antigas para as atuais. E também para os futuros amparenses que sequer nasceram.

“Sou palmeirense desde 1969, então tive a honra de ver o bom tempo da Academia. Era um prazer ver César, Ademir da Guia, todo esse pessoal. Meu neto está a caminho e já comprei tudo, material, chupeta. É inegociável, não tem como não ser palmeirense” completa o professor.

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Além da "maldição" ao Palmeiras, o padre João Baptista Lisboa é famoso pelo carinho que sempre dedicou à paróquia. Outra história da passagem dele por Amparo envolve Maria Lenk. A nadadora, que hoje batiza o complexo que recebeu as provas aquáticas das Olimpíadas de 2016, morou na cidade em meados dos anos 1930.

“Ela descia de manhã de maiô, lá por volta de 1937, 1939. Ele não gostava disso, por causa do traje, e achou que era um mau exemplo” relembra o aposentado Celso Guimarães, outro palmeirense fanático que reside no município.

Amparo revelou dois jogadores de sucesso no futebol: os irmãos Luisão e Alex Silva. O primeiro foi campeão da Tríplice Coroa pelo Cruzeiro em 2003, disputou a Copa do Mundo de 2006 pelo Brasil e hoje é um dos maiores ídolos recentes do Benfica. O segundo, mais jovem, foi bicampeão brasileiro pelo São Paulo e também atuou na Europa e pela seleção brasileira.

Nenhuma dessas personalidades vestiu a camisa do Palmeiras, mas isso não diminui o estreito relacionamento. Lógico que corintianos e são-paulinos, os maiores rivais, também existem aos montes, mas as festas alviverdes parecem mais fortes.

A colônia palestrina costuma festejar os títulos ali, na praça Monsenhor João Baptista Lisboa. Batizada em homenagem ao padre, que, indiretamente, participou da história do Verdão. (Texto e fonte de informação Murilo Borges – Globo Esporte)

 

Como foi a final de 1993

O Campeonato Paulista de Futebol de 1993 teve o Palmeiras como campeão, encerrando um jejum de títulos de 16 anos. A equipe alviverde, comandada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo chegou ao seu 19.º título estadual depois de derrotar o Corinthians na finalíssima da competição por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação), com gols marcados por ZinhoEvair (2) e Edílson.

A partida foi realizada no dia 12 de junho de 1993, no Estádio do Morumbi. Segundo o regulamento, o Palmeiras precisava vencer o segundo jogo da final para levar a decisão para a prorrogação, uma vez que o Corinthians ganhou o primeiro jogo por 1 a 0, com gol marcado por Viola, o artilheiro da competição.

O Palmeiras abriu o placar no primeiro tempo, quando após um passe do centroavante Evair, o meia Zinho acertou um belo chute de perna direita. No segundo tempo, Mazinho fez uma grande jogada pela esquerda e cruzou para Evair ampliar. Logo em seguida, Daniel Frasson cruzou da esquerda para Evair, que chutou na trave, mas na sobra Edílson marcou. Com esse placar, o alviverde jogava pelo empate na


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