Por: Ariovaldo Izac
07/01/2020
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 Passou despercebido até dos desportistas da velha guarda a morte do ponteiro-direito Zuíno, do Botafogo de Ribeirão Preto (SP) da década de 60, em decorrência de infarto, dia 17 de dezembro passado. Ele estava radicado em Goiânia, tinha 82 anos de idade, e como um fato desencadeia outro, cabe recordar que esteve em campo na estrondosa goleada por 11 a 0 que a sua equipe sofreu para o Santos F.C, quando o seu treinador era o saudoso Oswaldo Brandão.

 Por incontáveis vezes Jesuíno Alberto de Almeida, o Zuíno, teve que citar a tarde de sábado de 21 de novembro de 1964, pelo Campeonato Paulista, no Estádio da Vila Belmiro, em Santos, quando o endiabrado Pelé marcou oito gols, e ele foi literalmente anulado pelo eficiente marcador Geraldino, lateral-esquerdo.

 Quatorze anos depois, o feito de Pelé foi igualado pelo saudoso ponta-de-lança Jorge Mendonça, no Náutico, na goleada por 8 a 0 sobre o Santo Amaro, que pelo Campeonato Pernambucano perdeu por 14 a 0 para o Sport Recife, ocasião em que o centroavante Dario - Peito de Aço - marcou dez gols. E com hábito de se referir a si mesmo na terceira pessoa do singular, o artilheiro justificou a facilidade. “Dadá teria que aproveitar. No time deles os jogadores trabalhavam o dia todo para jogar à noite, tadinhos. Eles comiam sanduíche para jogar. Marcamos sobre pressão, deu câimbra neles, estavam com fome, e aí eu fiz dez gols”, revelou com característico bom humor.

 São raros os cartórios de registro de nascimento que emitem documento com nomes do tipo Abelardo, Boaventura, Raimundo, Benedito, Virgílio e Jesuíno, esse com grafia de Zuíno, em troca do 's' pelo 'z'. Além do Botafogo, ele jogou na Prudentina (SP), América (RJ) e Atlético Goianiense nas décadas de 50 e 60.

 Zuíno foi ponteiro-direito que usava velocidade e habilidade para transpor marcação de laterais-esquerdos, levar a bola ao fundo do campo, e se especializar em cruzamentos com efeitos na bola, para cabeceios de centroavantes. No Botafogo, integrou o que muitos consideram o melhor ataque da história do clube, ao lado de Laerte, Antoninho, Henrique Sales e Geo.

 Após encerrar a carreira de atleta em 1969, foi treinador por três anos, quando faturou o título goiano, para em seguida exercer funções administrativas no Atlético Goianiense até 1992, quando se aposentou do futebol.


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