Celebrando seus 24 anos, a Cia. Lázara de Teatro se apresenta, neste fim de semana, para a gravação do DVD Festival Futebol das Paixões Humanas: A vida, a memória e o teatro de Nelson Rodrigues com a filmagem de Red Onion Films de Diogo Cappellette . O evento tem classificação para assistentes a partir de 14 anos e o ingresso custa R$ 10,00. O evento tem início hoje, 31 de janeiro, às 20h24, na Casa do Teatro de Amparo, na Rua Barão de Campinas, 519, centro de Amparo.
A primeira apresentação será “Nelson Machine Queer”. Depoimento memorialístico “Queer” (em português 'excêntrico', 'insólito') é uma palavra-ônibus proveniente do inglês usada para designar pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade ou do binarismo de gênero. Os textos são fragmentos de vários livros de memórias de Nelson Rodrogues, como “O Reacionário”, “A Cabra Vadia”, o manifesto do teatro desagradável e fragmentos da biografia “ O Anjo Pornográfico”, escrito por Ruy Castro. O jogo de cena palavrático tem seis facetas do dramaturgo Nelson Rodrigues, interpretados por Fabiane Bueno, Caio Silva, Marco Mendes e Tales Carvalho. A adaptação, figurinos, cenografia, iluminação, trilha e direção são de Alexandre Cruz. Arte, de Giovana Gabriel, maquiagem, de Diego Lysys Armellini
A Falecida
No sábado, primeiro de fevereiro, às 20h24, será apresentada “A Falecida”. Contemporaneidade pelo diretor Alexandre Cruz como farsa trágica carioca, foi escrita por Nelson Rodrigues em 1953 e encenada inúmeras vezes pelos palcos brasileiros desde então. A primeira das "tragédias cariocas" a usar o paraíso zona norte carioca como o cenário de várias de suas dezessete peças teatrais.
A linguagem coloquial, os diálogos sobre Futebol e outros assuntos corriqueiros e vulgares assustaram de pronto a plateia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas, ao mesmo tempo, também fizeram dela um sucesso comercial.
A protagonista Zulmira, moradora do subúrbio do Rio de Janeiro, acredita-se moribunda por causa da tuberculose e planeja para si mesma um enterro luxuoso para compensar sua vida modesta.
Homenagem à atriz Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro completou 90 anos no último dia 16 de outubro e continua nos palcos apresentando a leitura dramática de “Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo”, sobre a vida e obra do amigo Nelson Rodrigues.
Nelson chamava Fernanda de a Musa Sereníssima e para ela escreveu três textos: O beijo no asfalto, Toda nudez será castigada e A serpente.
A montagem de A falecida faz homenagem à Fernanda Montenegro projetando trechos do filme de 1964, a premiada adaptação cinematográfica com direção de Leon Hirszman, roteiro com o documentarista Eduardo Coutinho, sendo também o primeiro filme de Fernanda Montenegro. Quarenta e oito anos depois, a atriz indicada ao Oscar repetiria o papel de Zulmira em A Dama do Estácio, média-metragem de 2012, dirigido por Eduardo Ades, que também terá imagens projetadas.
No elenco estão: Fabiane Bueno, Mauricio Marques, Rosa Maria, Marco Mendes e Tiago Rodrigues. (Reino de Pangéia)
A adaptação, figurinos, cenografia, iluminação, trilha e direção são de Alexandre Cruz. Maquiagem, de Kaique Oliveira, imagem cartaz e flyer, de Polly Morgan. Identidade visual, de Giovana Gabriel
Duas apresentações
No domingo, 2 de fevereiro, serão apresentadas A Menina sem Estrela e O Anjo Pornográfico, a partir das 20h24. Fragmentos das memórias do jornalista pernambucano, adaptados por Patrícia Aranha e Alexandre Cruz, que fala de uma de suas maiores obsessões rodrigueanas: a cegueira. Participam da cena os atores Giovanna Lopes, Juliana Alcântara, Natalia Pereira, Fernando. Ferro e Douglas Possidonio anto Nelson.
Escrita por Nelson Rodrigues em 1973 e levada aos palcos pela primeira vez em 1974, foi a penúltima peça, menos polêmica e desafiadora que as anteriores, impregnada de um humor permanente, contrabalançando, assim, com a dramaticidade do texto.
Foi escrita por Nelson após insistentes pedidos da atriz Neila Tavares, que há tempos lhe pedia um original. O dramaturgo estava descontente com o seu público, com os jornais e com o pouco reconhecimento que vinha recebendo e, pela primeira vez em sua vida, estava estabilizado financeiramente, tendo acabado de comprar um apartamento de três quartos na Avenida Atlântica, de frente para o mar do Leme. Por todos esses motivos, ele se recusava a fazer teatro político, e não tinha interesse em retratar em suas peças o momento por que o Brasil atravessava. Porém, depois de oito anos de silêncio, ele voltou à ativa com uma história otimista sobre o amor eterno.
Apesar do título, a peça não contradiz em nada a obra de Nelson Rodrigues. A temática e a linguagem têm o mesmo estilo das quinze peças anteriores. Aparecem nela figuras e personagens já típicos do dramaturgo, como a mãe que idolatra o filho, o pai que renega o filho, a empregada doméstica estereotipada, a força do dinheiro, etc. É uma peça extremamente rodrigueana, a diferença está na serenidade do autor. Adaptada pelo ator e diretor Marcelo Masselani, a peça ganha voz através de Gastão vivido pelo ator Marco Mendes Figurinos, cenografia, iluminação, trilha e direção: Alexandre Cruz Maquiagem: Kaique Oliveira
No final da apresentação de domingo, haverá bate-papo sobre Nelson Rodrigues e a pesquisa com o diretor Alexandre Cruz.
Twittar | Compartilhar |