Por: A Tribuna
26/05/2020
13:05

Em uma Carta Aberta publicada pelo Coletivo Cultura, grupo com aproximadamente 65 artistas, profissionais da cultura, apoiadores e entusiastas da área, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Amparo foi questionada sobre quais as medidas e ações foram, ou serão, realizadas pela pasta para auxiliar os artistas locais que estão impossibilitados de trabalhar desde o início da quarentena imposta pelo governo Estadual e Municipal.

A Carta Aberta foi publicada na noite de segunda-feira, 25 de maio, na página oficial do Coletivo Cultura e será entrega pessoalmente ao senhor Délcio Brioso, atual secretário municipal de cultura e turismo.

Na carta eles lembram que foi iniciado o terceiro mês de isolamento social e da suspensão das atividades consideradas não essenciais e, como consequência, todo o setor cultural está impossibilitado de produzir e garantir seu sustento. Por esse motivo eles esperam que o Poder Público esteja criando medidas para assistir a todos do setor. Eles se oferecem para abrir um diálogo com a administração para ajudar na elaboração dessas medidas. Na carta eles ainda lembram da importância da finalização do processo de criação do Conselho Municipal de Cultura, que poderia auxiliar os profissionais da cultura para que não fiquem desamparados neste momento.

 

Segue abaixo a Carta Aberta, na íntegra:

Carta Aberta do Coletivo Cultura à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

Nós do Coletivo Cultura, coletivo com aproximadamente 65 pessoas entre artistas, profissionais da cultura, apoiadores e entusiastas da área, da cidade de Amparo, interior paulista, vimos através deste documento, em formato de carta aberta e endereçado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, levantar a problemática das consequências do isolamento social ao setor cultural e cobrar medidas de amparo e fomento ao mesmo junto ao poder público municipal.

Estamos iniciando o terceiro mês de isolamento social e suspensão de atividades não essenciais, instaurados pelo Decreto Estadual nº 64.879/20, respaldado pela Lei Federal 13.979/20 e pela portaria do Ministério da Saúde nº 188, sem grandes expectativas da anulação dos mesmos por conta do grande avanço da epidemia de COVID-19 no país e no estado de São Paulo.

Por conta disso o setor cultural está, em sua quase totalidade, economicamente impossibilitado de realizar ações para o seu sustento, dependendo muitas vezes de ações solidárias. Quando falamos do setor, não se resume apenas às pessoas (artistas, produtores, profissionais em geral) mas também espaços e aparelhos culturais, instituições, coletivos e manifestações tradicionais.

Gostaríamos também de lembrar a grande importância que a arte está tendo na manutenção da saúde psíquica e emocional das pessoas, abaladas pelo isolamento social e que grande parte da classe artística trabalha incansavelmente para proporcionar momentos de lazer e gozo cultural e artístico a todos.

Se olharmos para a economia, fica claro mais um grande motivo para o apoio à cultura nesse momento delicado, que representa 2,64% do PIB nacional, segundo o “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, estudo realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) no ano de 2015.

Também segundo o “Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2007-2018”, estudo realizado pelo IBGE, o setor empregava cerca de 5,2 milhões de pessoas em 2018, que representa 5,7% da força de trabalho do país, além de cerca de 325 mil organizações. Tudo isso tendo movimentado R$ 226 bilhões no ano anterior. Isso tudo para demonstrar o impacto da cultura na economia brasileira, e o quão importante é a sua atuação para o desenvolvimento do país.

Também como referência, podemos citar aqui algumas ações em curso no poder legislativo como a PL 1.075/20 que tramita na Câmara dos Deputados e a PL 253/20 na ALESP, ambas no intuito da criação de medidas emergenciais ao setor cultural, além de editais municipais emergenciais, como o exemplo de cidades vizinhas, demonstrando assim o interesse político na ajuda ao setor em diferentes esferas governamentais.

Então, acreditamos que é responsabilidade do Estado, em um momento como esse, criar medidas para assistir o setor cultural no âmbito que o cabe e esperamos iniciativas e diálogo com o poder público local o quanto antes, inclusive incitando o início do Conselho Municipal de Cultura, para uso do Fundo Municipal de Cultura para tais fins, a fim de que os profissionais da cultura não fiquem desamparados neste momento.

Coletivo Cultura

Nome / Ofício / Associação Cultural

Julierme Yukio Torihara – Músico e Professor de Música
Mario Leme – Músico/Prod. Cultural – Leme Produções Culturais
Diego Mozer – Músico/Prod. Cultural - OJCA
Giovana Gabriel– Designer/Produtora
Reginaldo Leme - Prod. Cultural da Mogiana Produções Culturais/Fotógrafo e Vice-presidente Cine Foto Clube Amparo
Rafael Leopoldi – Jornalista/Prod. Cultural – Cine Foto Clube Amparo/Amparo em Foco
Viviane dos Santos – Professora – Coletivo Amélia
Jackson Farche Alves - Consultor em telecomunicações
Alexandre Cruz – Diretor de Teatro e Cinema – Fundador da Cia Lázara de Teatro e Diretor Artístico da Casa do Teatro
Cibele Matheus – Arquiteta – Casa Décor Amparo
Tobias – Professor
João Pedro Fortunato – Professor – Renafro
Anderson Almeida – Químico – Cine Foto Clube Amparo/Amparo em Foco
Thiago Rodriguez – Músico – Projeto DiRua
Rafael Mendes –Músico/Professor de História e Sociologia da rede pública
Fábio Amaral – Advogado
Adriana Spinelli – Professora de Dança – Centro de Dança Adriana Spinelli
Thaís Falleiros – Atriz – Princesa Tatá Produções
Nosbiel Pires – Designer Gráfico/Prod. Cultural – Amparo em Foco/Cine Foto Clube
Marilda Beligni – Artista Plástica – Companhia de Arte
Alexandre Rocha – Produtor Cultural
Álvaro Luiz Cardoso – Poeta e Escritor
Raphael Garcia - Comerciante / Produtor Feira Gastronômica
Sussi Miotto - Empresária/Cantora e compositora
Gil Coutinho Machado Junior - Comerciante/Produtor Cultural Autônomo
Yuri Novaes - Arquiteto Urbanista
Vivian Schionato de Almeida – Flautista
Ricardo Antonio Panigassi - Restaurador Autônomo
Raoni Frizzo – Professor
Edgar Jorge - Consultor em Gestão (aposentado)
Clelia Alves Sampaio e Silva - Bancária aposentada
Daniel Constantini Rodrigue Rodrigues Pereira - Técnico Bancário e Escritor
Luis Fernando Corradini - Músico
Rafael Vicente - Músico / Produtor de Eventos
Jaqueline Armentano Tessarolli - Técnica Administração Empresa
Sergio Magalhães - Ator/Diretor - Cia. Lázara de Teatro
Arminda Terezinha Riolo Ferreira - Atriz/Estudante de Artes visuais/Professora de Teatro/Fundadora da Casa do Teatro
Giulia Bicudo Oliva - Atriz - Cia. Lázara de Teatro
Kaique Tauan de Oliveira Marinho - Ator
Gabriel Lujan - Ator/Cantor
Mary Clair Peron - Artista Plástica/Decoradora/Atriz
Camila Antunes - Advogada/Feminista/Dramaqueen/Atriz

 


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